A relevância do câncer de pulmão no Brasil
O câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer no mundo e no Brasil. Grande parte dos casos ainda é diagnosticada em estágio avançado, o que reduz as chances de cura e impacta diretamente na sobrevida dos pacientes.
No Sistema Único de Saúde (SUS), os desafios se intensificam: há dificuldades no acesso ao diagnóstico precoce, disparidades regionais na oferta de exames e limitações na incorporação de terapias modernas. Esses obstáculos tornam fundamental o debate sobre como melhorar fluxos de atendimento e garantir mais equidade no tratamento.
O 3º Encontro do RBCP
Nos dias 29 e 30 de agosto de 2025, aconteceu em São Paulo o 3º Encontro do Registro Brasileiro de Câncer de Pulmão (RBCP), no InCor – Instituto do Coração. O evento reuniu especialistas de diversas áreas da saúde para discutir como o SUS vem lidando com o câncer de pulmão e quais caminhos podem ser adotados para melhorar a jornada do paciente.
Entre os temas abordados, destacaram-se:
- Rastreamento e detecção precoce.
- Estadiamento e diagnóstico molecular.
- Diferenças entre SUS e setor privado.
- Tratamento inicial, localmente avançado e metastático.
- Sustentabilidade financeira para incorporação de novas tecnologias.
- Disparidades regionais no acesso a serviços especializados.
O encontro reforçou a importância de alinhar dados, experiências e políticas públicas para reduzir desigualdades e melhorar os desfechos dos pacientes.
O que é o Registro Brasileiro de Câncer de Pulmão
O Registro Brasileiro de Câncer de Pulmão (RBCP) é uma iniciativa nacional que coleta dados de pacientes atendidos em diferentes regiões do país. Seu objetivo é identificar desigualdades, orientar políticas públicas e aprimorar protocolos de cuidado, tornando o tratamento mais eficaz tanto no SUS quanto na saúde suplementar.
Há alguns anos a ICATOR contribui com esse registro, sendo hoje o grupo fora de São Paulo que mais inclui pacientes. Essa participação ativa não apenas melhorou a qualidade do atendimento aos nossos pacientes, mas também gerou artigos científicos relevantes e levou nosso trabalho a eventos nacionais e internacionais, ampliando o alcance da cirurgia torácica catarinense.
A contribuição do Dr. Fábio May e do Dr. Maurício Pimentel
A ICATOR esteve representada no evento pelos cirurgiões torácicos Dr. Fábio May e Dr. Maurício Pimentel, ambos com atuação destacada na oncologia torácica.
Dr. Fábio May
- Trouxe sua experiência em cirurgia torácica minimamente invasiva, técnica que reduz complicações e acelera a recuperação do paciente.
- Reforçou a necessidade de infraestrutura e capacitação no SUS para ampliar o acesso a esse tipo de procedimento.
- Destacou a importância da integração entre equipes multiprofissionais e gestores de saúde.
Dr. Maurício Pimentel
- Contribuiu com sua vivência clínica no manejo de pacientes oncológicos em diferentes estágios da doença.
- Abordou os desafios de acesso a diagnóstico precoce e tratamento adequado dentro do SUS.
- Enfatizou a necessidade de protocolos claros e de maior agilidade nos fluxos de atendimento, para garantir melhores resultados.
A participação conjunta dos dois cirurgiões reforça o compromisso da ICATOR em levar a experiência prática de Santa Catarina para o debate nacional sobre câncer de pulmão.
Impactos esperados
- Priorizar o rastreamento precoce de grupos de risco.
- Expandir o acesso a diagnóstico molecular e terapias modernas no SUS.
- Reduzir as desigualdades regionais, com investimento em infraestrutura e formação de profissionais.
- Implementar protocolos nacionais para agilizar fluxos e reduzir atrasos no tratamento.
- Estimular a pesquisa aplicada no SUS, gerando dados para embasar políticas públicas.
O 3º Encontro do RBCP demonstrou que enfrentar o câncer de pulmão no SUS exige união entre especialistas, gestores e instituições. A participação do Dr. Fábio May e do Dr. Maurício Pimentel, representando a ICATOR, reforçou a relevância da cirurgia torácica no cenário nacional e evidenciou o papel ativo do grupo na busca por soluções para a saúde pública.
Mais do que identificar problemas, o evento trouxe propostas concretas para transformar a realidade dos pacientes com câncer de pulmão no Brasil, caminhando para um atendimento mais justo, eficiente e humano.
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