Neste mês de Agosto Branco, unimos forças para conscientizar sobre o câncer de pulmão, uma realidade prevalente e desafiadora. Representando a causa, os Drs. Fábio May e Maurício Pimentel da ICATOR Florianópolis, trazem à luz um tema crucial.
O câncer de pulmão é uma doença complexa e de grande impacto, sendo o quarto tipo mais comum em ambos os gêneros. Infelizmente, é também o câncer com maior letalidade. Dados indicam que 85% dos casos estão associados ao tabagismo, um hábito que traz consigo não somente o risco de câncer, mas também doenças cardíacas, AVC, e enfisema pulmonar.
Uma esperança reside na constatação de que, desde a década de 1990, a luta contra o tabagismo tem surtido efeito. Ações de combate têm contribuído para uma queda de aproximadamente 50% nos novos diagnósticos de câncer de pulmão, ressaltando a importância de cessar esse hábito prejudicial.
No entanto, novos desafios emergem, como a crescente adesão dos jovens ao “Vamping” ou cigarro eletrônico, pensado erroneamente como alternativa segura. Os dados preliminares alertam que o cigarro eletrônico pode ser igualmente ou até mais prejudicial que o tabaco tradicional, aumentando riscos de doenças pulmonares e agudas.
A promoção de ambientes livres de fumo também desempenha um papel crucial, protegendo não apenas fumantes passivos, mas todos que podem ser afetados pela fumaça em ambientes fechados.
O diagnóstico precoce se mostra vital, pois oferece maiores chances de cura. Pessoas entre 50 e 80 anos, que fumaram nos últimos 15 anos ou ainda fumam, podem se beneficiar do rastreamento com tomografia computadorizada de baixa dose anualmente. Detecções em estágios iniciais têm taxas de cura impressionantes, em torno de 97% a 98%, contrastando com estágios mais avançados onde a taxa cai para 20% a 15%.
O tratamento multidisciplinar, hoje menos invasivo e mais eficaz, é uma esperança para aqueles diagnosticados precocemente. O trabalho conjunto entre sensibilização antitabagismo e diagnóstico precoce é nossa arma na luta contra o câncer de pulmão. Vamos seguir conscientizando e agindo, para transformar vidas e vencer esse desafio.
A equipe do Instituto de Cirurgia Avançada do Tórax (ICATOR), que integra o Grupo Baía Sul, em Florianópolis, realizou a primeira cirurgia torácica no Estado e a 4ª no Brasil com o robô britânico Versius. A cirurgia para a ressecção de um nódulo pulmonar foi realizada pelo cirurgião Fábio May, especializado em procedimentos no tórax, e registrada em um vídeo especial compacto produzido pela equipe do ICATOR, que também inclui entrevistas com os cirurgiões.
No mesmo dia, o médico Thiago Leandro Marcos, também cirurgião torácico, realizou a segunda cirurgia nessa área no Estado e a 5ª no Brasil com o Versius. Foi para a retirada de um tumor na região central do tórax. Os dois procedimentos foram realizados dia 28 de abril.
São três equipes de médicos que se desafiaram a fazer as cirurgias robóticas no país. As primeiras foram realizadas no Rio Grande do Sul e São Paulo. Depois, vieram as catarinenses.
Na opinião de Fábio May, o uso de robô permite uma cirurgia menos invasiva, o que proporciona rápida recuperação dos pacientes. A visualização em 3D, com possibilidade de movimentação das pinças com a ajuda de imagens, tem permitido resultados satisfatórios.
O IHC adquiriu o robô Versius em fevereiro de 2022 e fez as primeiras cirurgias com a nova tecnologia em junho do mesmo ano. De lá para cá, avança com procedimentos mais difíceis.
O mediastino é uma região do tórax que abriga órgãos vitais, como o coração, os grandes vasos sanguíneos e o esôfago. Por essa razão, a presença de tumores nessa região pode ser bastante preocupante e requer uma avaliação médica especializada.
Os sintomas mais comuns de tumores mediastinais incluem dor torácica, falta de ar, tosse, rouquidão e dificuldade para engolir. No entanto, muitas vezes esses sintomas podem ser inespecíficos, o que pode dificultar o diagnóstico.
Para identificar o tipo de tumor e definir o tratamento mais adequado, é geralmente necessário realizar uma biópsia. No entanto, em alguns casos, especialmente quando há suspeita de tumores malignos e a cirurgia é necessária de qualquer maneira, pode ser recomendada a realização da cirurgia sem a biópsia prévia.
Para alguns tipos de tumores, como os carcinomas de timo, a cirurgia é a principal forma de tratamento. E, sempre que possível, essa cirurgia deve ser realizada de forma minimamente invasiva, por meio da videocirurgia ou robótica. Essas técnicas oferecem diversos benefícios em relação à cirurgia tradicional, como menos dor, menor tempo de recuperação e melhores resultados estéticos.
Além da cirurgia, outros tratamentos podem ser indicados para tumores mediastinais, como a radioterapia e a quimioterapia. O tratamento escolhido dependerá do tipo de tumor, do seu tamanho, da sua localização e da extensão da doença.
É importante lembrar que, embora os tumores mediastinais possam ser preocupantes, muitos deles são benignos e podem ser tratados com sucesso. O importante é buscar ajuda médica o mais cedo possível em caso de sintomas relacionados ao mediastino, para que o diagnóstico e tratamento sejam feitos de forma adequada.